segunda-feira, 28 de março de 2011

Uma abordagem prática sobre SOA

Introdução

Poderíamos comparar a relação entre as áreas fins e a área de TI com uma batalha épica. De um lado, necessidades incompreendidas, especificações nebulosas, expectativas não-realistas, estimativas infundadas, quebras de comunicação, complexidades do domínio, conflitos de objetivos e mudanças à espreita,e acima de tudo isso necessidade de agilidade na entrega dos ativos desenvolvidos. Do outro, equipes de desenvolvimento resistem, apoiadas em ferramentas (mesmo que artesanais), metodologias (mesmo que burocráticas ou genéricas demais) e em habilidades (mesmo que individuais) de seus membros. E o resultado desse confronto, por enquanto, não é nada encorajador.

Analisando a arquitetura tradicional de sistemas da maioria das empresas, verifica-se um mundo de aplicações desenvolvidas em plataformas heterogêneas onde a integração dessas aplicações é feita através de troca de arquivos ,sendo as conexões realizadas ponto a ponto, com grande nível de replicação de informações.

Neste cenário há muita replicação de dados. Verifica-se que as equipes de desenvolvimento gastam boa parte de seu tempo em manutenção e pequenas evoluções dos sistemas legados e é óbvio que boa parte do Budget de TI é gasto nessas tarefas.

Isso exposto, poderíamos definir SOA como sendo mais uma tentativa de resolver os problemas aparentes entre áreas de negócio e a área de TI tendo como motivação para a sua adoção as questões de agilidade e produtividade.



A definição de SOA

Com o bombardeio de informações promovido pelas grandes empresas de TI, o conceito do que é SOA fica muito vago na cabeça das pessoas. Cabe primeiramente então definir o que não é SOA.

SOA não é uma tecnologia específica . Se analisarmos as empresas que adotaram SOA, poderemos verificar que diversas tecnologias estão envolvidas em suas atividades.

SOA não é WebService. Na realidade WebService é uma maneira de se implementar SOA, ou seja, é uma maneira de se desenvolver serviços que podem ser utilizados em diversas aplicações ou sistemas.

SOA não é um produto ou uma plataforma. Não se vende SOA. O que se negocia na realidade são soluções que adotam uma abordagem SOA. Geralmente as equipes de desenvolvimento utilizam uma plataforma de desenvolvimento (J2EE,.NET, DELPHI,etc.), mas nem sempre utilizam uma abordagem orientada a serviços.


Por fim SOA não é uma revolução e sim uma evolução. Como tudo que surgiu na área de desenvolvimento de sistemas, SOA é uma evolução. Com o surgimento da computação distribuída, foram lançadas várias soluções no sentido de promover a integração de sistemas (CORBA, EJB, DCOM). SOA é apenas mais uma opção.

SOA na realidade é uma abordagem arquitetural corporativa que permite a criação de serviços de negócio interoperáveis que podem facilmente ser reutilizados e compartilhados entre aplicações e empresas.

Dimensões e disciplinas envolvidos em um projeto SOA (Metodologia/Processos/Governança)

Quando uma empresa resolve adotar SOA, surgem uma série de dúvidas relacionadas ao assunto. Como exemplo, podemos citar o caso de uma empresa que utiliza uma metodologia de desenvolvimento de software criada a partir de RUP, onde constam os papéis dos profissionais, seus departamentos e quais artefatos que serão confeccionados.

No caso de uma metodologia onde os analistas de negócio, após a especificação de requisitos, confeccionam casos de uso, como esses casos de uso vão se relacionar aos serviços?

Em que momento os serviços serão identificados,modelados, desenvolvidos ou reaproveitados?

Como esses serviços serão catalogados?

Como será distribuído o custo do desenvolvimento desses serviços (será o parceiro ou a Cassi que vai custear a implementação ou desenvolvimento de serviços)?

Quem ou qual área ficará responsável pela implementação e administração dos serviços? Devemos criar novos papeis e novos artefatos dentro da metodologia?

Há necessidade de treinamento para nivelar o conhecimento sobre o assunto?

No caso de desenvolvimento de serviços, há uma padrão de desenvolvimento, qual é? Quais boas práticas de modelagem utilizar(qual nível de granularidade dos serviços)?

Que plataforma de desenvolvimento será adotada? Que ferramentas serão utilizadas para apoiar as atividades envolvidas no processo?

Que abordagem utilizar no processo de adoção do SOA (top down, botton-up, meet-in the middle)?

Processo de desenvolvimento terá que passar por adaptações ou readequações?

Responder a essas e outras questões é um desafio, pois envolve organização e pessoas(papeis e responsabilidades),Tecnologia e ferramentas(arquitetura), processos e política.



Outro desafio constante e a expectativa dos usuários. Um problema recorrente é o imediatismo. As áreas fim querem ver o barramento funcionando, os serviços desenvolvidos. Segundo o Gatner, uma empresa que adota SOA só consegue ver o resultado do trabalho no prazo de 2 à 5 anos.



Respondidas essas perguntas e normatizados a forma de como vai se trabalhar, espera-se obter uma série de benefícios com SOA,São elas:



• Agilidade;

• Redução de custos;

• Facilidade de manutenção;

• Melhoria na qualidade;

• Otimização de processos;

• Transformação de negócios e oportunidades de receita.



Dinâmica de funcionamento



1. Uma aplicação requisita o consumo de um serviço ao barramento de serviços;

2. O barramento recebe a requisição, verifica o endereço físico do serviço e envia a requisição para o servidor onde o serviço está hospedado;

3. Esse servidor recebe a requisição e a passa para o serviço requisitado;

4. O serviço trata a requisição e fornece a resposta ao barramento de serviços;

5. O barramento de serviços encaminha a resposta ao consumidor do serviço.



Conforme podemos observar, o barramento funciona como uma espécie de mediador. É o barramento de serviços que se provê o monitoramento, a segurança, a orquestração ou a coreografia dos serviços, transformação destes, monitoramento e logging entre outras funcionalidades.



Fases de adoção



Toda empresa que resolve adotar SOA escolhe um estudo de caso para servir piloto para o projeto. Além disso, verifica-se a presença de 4 fases. São elas:



INICIAÇÃO



• Onde se dá o entendimento dos conceitos envolvidos;

• Onde se faz a análise de Gaps;

• Onde se faz a venda interna do Bussines Case;



PLANEJAMENTO E DESIGN



• Onde se estabelece os processos de governança;

• Onde se define a arquitetura tecnológica que será utilizada;

• Onde se estabelece os padrões a serem utilizados e se confecciona os guidelines dos processos envolvidos;

• Onde se define a infra estrutura que será envolvida;

• Onde se faz a seleção do projeto piloto;



IMPLEMENTACAO



• Onde se realiza a identificação dos serviços

• Onde se implementa a infra estrutura necessária

• Onde se realiza os serviços



MONITORAMENTO



• Onde se promove a coleta de indicadores;

• Onde se faz a análise crítica desses indicadores;

• Onde se realiza a propostas de melhoria dos processos;